Breve panorama do festival Janela Internacional de Cinema do Recife

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PROMETO UM DIA DEIXAR ESSA CIDADE (PE, 2014, 90 min), de Daniel Aragão.

por Rafael de Queiroz.

O festival Janela Internacional de Cinema chega à sua sétima edição e se consolida como um dos eventos mais importantes no circuito audiovisual brasileiro. A combinação de uma programação vasta com uma curadoria de qualidade promete deixar os cinéfilos angustiados.

A espinha dorsal do Festival se mantém, acrescida de algumas novidades. Ainda teremos a produção pernambucana e nacional se interconectando aos olhares de fora, na mostra competitiva de longas e curtas; a exibição especial de longas fora de competição; o famoso Clássicos do Janela; o Panorama Alemão com as produções mais recentes desse país; a contribuição dos cineclubes Dissenso (PE) e o Cachaça Cinema Clube (RJ); o Recife em Super-8, que começou ano passado, resgatando esse ciclo tão fértil na produção cinematográfica local.

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Capa do livro de Angela Prysthon que será lançado dia 29, dentro da programação do Festival Janela de Cinema.

Além de se manter nos cinemas São Luiz e da Fundação, esse ano dois espaços estarão presentes na programação oficial: o Portomídia e o Museu Cais do Sertão. No primeiro acontecerá o workshop “Cinematografia como Design” com o fotógrafo Affonso Beato que já trabalhou com Glauber Rocha e Almodóvar; o lançamento do livro pela editora Cesárea, Utopias da frivolidade – ensaios sobre cultura pop e cinema da pesquisadora e professora da UFPE Ângela Prysthon, entre outros. No Cais do Sertão, serão apresentados 8 curtas brasileiros voltados para criança e a mostra internacional de curtas.

Ainda nas novidades, o coletivo pernambucano Toca o Terror, que produz podcasts e sessões de cineclube, organiza um programa com sete curtas de quatro países dentro do gênero que são especialistas, o horror. Esse ano também será apresentada uma mostra especial, a Pós Nouvelle Vague: a seleção foi feita por um crítico da Cahiers du Cinéma e contará com oito filmes importantes rodados entre as décadas de 70 e 80, logo após o movimento encabeçado por Truffaut e Goddard. Resgatando a relação entre cinema e juventude tão comuns nas décadas de 60 e 70, a sessão Bossa Jovem, promoverá matinês nos sábados e domingos, com destaque para Juventude Transviada, clássico protagonizado por James Dean. Para finalizar, foi anunciado o “Prêmio João Sampaio para Filmes Finíssimos que Celebram a Vida”, homenagem ao crítico baiano que morreu em abril.

Depois desse breve panorama, sem muito detalhamento, já podemos perceber que o festival promove uma avalanche de experiências cinematográficas, onde fica evidente que o “escolher” se torna algo incontornável e da ordem da agonia. Apesar de oferecer uma programação tão plural e diversificada, alguns destaques farão com que você enfrente longas filas se você não conseguir comprar alguns ingressos que começaram a ser vendidos hoje (na abertura da bilheteria o público enfrentou uma enorme fila, que dobrava a esquina do cinema São Luiz). Os clássicos dispensam apresentações, são filmes com história exibido em um lugar cheio de histórias, o cinema São Luiz. Essa experiência é única e prazerosa.

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Brasil S/A (Pernambuco) – de Marcelo Pedroso

Os longas e curtas pernambucanos premiados também serão alvo de disputas, já que usam o espaço do Festival para estrear na cidade, e são embalados pela elogiada produção atual do estado e um público com o maior bairrismo em linha reta da América Latina. São eles: Brasil S/A, de Marcelo Pedroso; Prometo um dia deixar essa cidade, de Daniel Aragão; Sangue Azul, de Lírio Ferreira; Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro; Permanência, de Leonardo Lacca; Sem Coração, de Tião e Nara Normande; História Natural, de Júlio Cavani, entre outros.

Outros filmes que devem ser bastante concorridos são o argentino Jauja, de Lisandro Alonso, ganhador do prêmio da crítica em Cannes; o show Biophilia da cantora Björk; e Branco sai preto fica (DF), de Adirley Queirós, premiado como melhor longa no Festival de Brasília. O festival também contará com a presença de alguns dos realizadores e palestras, além de muitos outros filmes. Para saber a programação completa clique aqui.

O cartaz foi feito pela artista visual Juliana Lapa e pelas designers Clara Simas e Isabella Alves, d’A Firma.

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Rafael de Queiroz Escrito por:

Doutorando em Comunicação pela UFPE e repórter da MI (Música Independente).

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