Nudistas, Luditas, Vuripas! e a poesia como vinho da visão
A poesia é alumbramento, desbunde, uma entrega aos delírios do atirador de facas. A festa Nudistas, Luditas, Vuripas!, realizada pelo coletivo casa de marimbondo, ciente deste e de outros devaneios, celebra o nascimento do livro de poemas vupa, do poeta josé juva. A folia acontece no sábado, 13 de Abril, às 19h, no bairro do Janga, em Paulista, na sede do coletivo.
Na ocasião, o poeta realiza leituras na primeira apresentação da banda naturalprensado, projeto de que participa e que mistura poesia, grindcore e música da invasão alienígena – com a participação especial do músico Rama Om, que tocará didgeridoo (antigo instrumento aborígene de sopro). As outras bandas que garantem a alta tensão e o distúrbio caverna da festa são: Dejetos, hardcore nervoso, deliciosamente sujo e divertido e a Donabagga, reggae da suavidade surreal da mãe natureza.
vupa é o primeiro livro de poemas de josé juva, que publicou ano passado o livro deixe a visão chegar: a poética xamânica de Roberto Piva, livro de crítica literária sobre o xamanismo na obra do poeta paulista. O livro, lançamento dependente dos bolsos do poeta, teve projeto gráfico realizado em parceria com a editora Livrinho de Papel Finíssimo. Germano Rabello, músico e desenhista, assina o prefácio. vupa reúne poemas escritos entre 2007 e 2010, numa tiragem limitada de 200 exemplares. O livro é uma ponta de lança, um início de jornada para o poeta, que já tem outros livros prontos para o prelo.
por josé juva.
SERVIÇO:
Nudistas, Luditas, Vuripas! – Nascimento do livro vupa, de josé juva
coletivo casa de marimbondo
Rua Henrique Justa, 349 – Janga – Paulista – PE
13 de Abril de 2013 – 19h – Sábado
Apresentações musicais:
Dejetos
Naturalprensado
Donabagga
Rama Om
Entrada Gratuita!
Livro: 10$ mangos
Alguns poemas de vupa
tenho dito
que a carne cobre o espaço
cumpre os dias e passa
o eterno da passagem
é sua pele.
vim ferir abismos
pernas suspensas no
temporal
vim ferir abismos
as dobras da fala
a navalha, os cristais
vim ferir abismos
minha raiva
é quase
quasar.
eu quero o verde de todos séculos.
tragam rosa
colher na boca e outros poemas
o silêncio dos minerais azuis
e o abraço cego
do poeta aproximado
acendam um lampião
e risquem a minha cabeça
no chão da linguagem iluminada
bebam o vinho sangue
essa palavra doce
que escorre cedo
pela foice da lembrança
durmam longe da noite
na véspera do abismo
eu ficarei no incêndio.
Fotos de Guto Figueirôa
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