por Carlos Gomes. A banda Rua é envolta em interdições. Quantos são? Onde vivem? O que cantam? A espacialidade é um conceito que ultrapassa as questões sonoras. Falar de música é compreender as interrupções e silêncios que existem em volta deles. Criar é muito mais que o ato mero de compor desesperadamente uma canção. Inventar espaços de escuta, escrita, imagem, audiovisual e dança são as formas que a banda encontra para diminuir as distâncias, romper com as fronteiras artísticas que…
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por Carlos Gomes. rua é dançar sem ter pés, uïu mesmo sem ser presença. minimalismo é uma doença que respinga em telas pálidas, brancas – há cores de branco e branco. música e/ou terapia é quando a invenção da linguagem quer ter nome. salas de concerto cabem gente, não cabem árvores, trilhos ou pedras que fazem barulho quando o tempo quebra. como duas vozes cabem aqui diante de nós? (carlos) a perspectiva de encarar a música como experiência que se…
por Caio Lima. (Ao fantasma do Beethoven velho) “Música é sons, sons à nossa volta, quer estejamos dentro ou fora das salas de concerto”. É assim que John Cage (1912 – 1992) define Música em carta a Murray Schafer (1933). Aquele que por acaso frequentou um Conservatório, intuirá que tal definição deve perturbar um bocadinho a cabeça tanto dos mestres quanto dos alunos da instituição. Por exemplo, ainda não é o busto de Cage que enfeita a entrada do Conservatório…
por Jeder Janotti Jr. Um dos discos que mais me violenta na recente produção musical recifense é o do absurdo, da banda Rua. Violência aqui é aquilo que me obriga a sair de um ouvir narcotizado e assunta refletir sobre o que me tira o óbvio, me exige atenção dos ouvidos. Enquadramento sensório. Nem sempre isso é só do prazer, pois exige muito! Nem sempre quero estar atento! Uma saída fácil para entender esse gosto esnobe que trai meu rock…
por Caio Lima (Dedicado ao fantasma de Julio Cortázar) Quando um absurdo qualquer, desses que transtornam o relógio do mundo, inaugurar uma hora vaga no seu dia, no lugar onde o seu corpo encontrar, experimente fechar os olhos por dez longos minutos. Se, durante os primeiros segundos, tal tarefa prometer dificuldade, talvez pela memória encardida do breu, convém imaginar que o ouvido é uma espécie ancestral de “scanner” que imprime as perturbações em forma de som no corpo. A partir…
por Carlos Gomes. Após a estreia do site Sons de Pernambuco no Solar da Marquesa, em Olinda, os produtores culturais Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo, da Sambada Comunicação e Cultura, prepararam uma programação intensa de shows durante os meses de novembro e dezembro. Ocupação que certamente se estenderá durante 2014. O músico Caio Lima, da banda Rua, acha importante a ocupação sistemática que a Sambada promoverá no Solar da Marquesa, sobretudo pelo momento atual, onde há tão poucas ofertas de…
A banda Rua é formada pela voz e poética particular de Caio Lima, bateria e ruído de Hugo Medeiros, cavaco, bandolim, melodias e dissonâncias de Nelson Brederore, e pela distância física de Yuri Pimentel e Bruno Giorgi, respectivamente, baixo e guitarra da banda. A ausência, antes uma dificuldade, faz do encontro dos músicos uma “celebração de agonia e êxtase”. Como confirma Caio Lima nesse pedaço de conversa. por Carlos Gomes. A última apresentação da Rua, que ocorreu na Livraria…