uma crina platinada, ruído, corpo em movimento. pés, patas, animal pesado, canção músculo firme, uma cavala. mas a voz de bicho barulho é doce doce como num espelho diante das vozes, do coro de olhos e suores. – alguém há de gritar “sapata” – alguém há de cantar “rainha”. como espelhos, sim. o grito na canção popular pode ser movido também por palavras. ruídos constroem imagens, poéticas, invenções. caetano, chico, as mulheres ficções, os homens ficções, podem ser reinventados. – …
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No último sábado, o festival No Ar Coquetel Molotov recebeu uma série de artistas e ações nos palcos e espaços montados no Caxangá Golf & Country Club, no Recife. O festival continua com novas atrações entre os dias 25 e 28 de outubro na cidade de Belo Jardim. 1. corpos cercados num território de invenção; como circo fábula ou ficção que chega a uma cidade pequena e altera a sua rota, o seu cotidiano ordinário. durante algumas horas, na passagem…
por Marina Suassuna. É aparentemente óbvio pensar que um festival de música só se sustenta pela grade de artistas, o carro-chefe de qualquer evento do gênero. No entanto, a dinâmica que um festival é capaz de proporcionar perpassa vários outros fatores nem sempre explícitos. Entre eles, estão as trocas e as convivências estabelecidas no local, e a maneira como o público irá se relacionar com o espaço, que se tornam tão importantes quanto uma programação bem construída, interferindo, diretamente, nos…
por Carlos Gomes. Agendas culturais podem ser armadilhas para quem parte às cegas acreditando tão somente no que dizem os releases filtrados pelos jornais, contagem de “presenças” em eventos ou curtidas do Facebook, ou ainda pelas raras postagens de sites e blogs, sobretudo quando não há tempo para o editor ir além do óbvio: Quem, onde e como? Ontem, com sorte, pude presenciar dois eventos e suas formas distintas de habitar a cidade. Ao me encontrar, de alguma forma, num…
Esse texto não quer ser uma resenha, nem tão pouco uma crítica. Mas é uma reflexão baseada na minha vivência dentro do Coquetel Molotov, festival de música que acontece anualmente em Recife, e que acompanho desde 2008. Esse ano, o evento completou dez anos de história e, desses dez, estive presente em seis. E olhando pra trás, percebo: os tempos são outros. Muita coisa mudou. A conjuntura econômica do mercado de música independente brasileiro, o cenário musical de Recife, as…
São diversas as formas e estratégias de preparação de um festival de música. “A noite do desbunde elétrico” e o “No Ar – Coquetel Molotov”, respectivamente, com 07 e 10 anos de existência, são opostos (seja pela proposta curatorial de ambas, estrutura, acesso à editais de fomento, patrocínios privados, público etc) que neste ano se atraem. Nessa décima edição do festival organizado pelo Coquetel Molotov, ambas as maneiras de lidar com a cena musical de Recife se encontram de maneira…
Os festivais de música quando enraizados na vida cultural de uma cidade, criam em torno de si uma identidade que atrai um público interessado em dialogar com as ações que ele promove. O encontro entre artistas, público e agentes culturais (produtores, críticos, jornalistas etc) não existe apenas em função do instante catártico que é a apresentação musical. A construção da identidade de um festival se realiza muito antes, e deve permanecer em diálogo durante todo o ano, para que o…
O tom verde-musgo, o ângulo escolhido, o negror do palco, todos os elementos que contribuem para tornar épica a apresentação de “Solidão nº3”, de Vitor Araújo, executada pelo silêncio, tensão, piano, cordas, sopros e intensidade. O vídeo foi gravado durante a estreia de A/B no Festival No Ar – Coquetel Molotov de 2012. O álbum confirma o talento ímpar de Araújo ao percorrer, sem pudor, entre o que chamamos de música erudita e popular. Não há restrições, dicotomias. Há ruído,…