Tag: crítica

12 de dezembro de 2020 /

EdiçãoCarlos GomesProjeto gráfico e capaFernanda MaiaFotografia/colagem de capa e da última páginaCamila van der LindenIncentivoFuncultura – Governo do Estado de Pernambuco O livro O corpo em escuta é resultado da pesquisa “Devir músicae política: cartografias do contemporâneo”, orientada porMoacir dos Anjos. Todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente em:www.carlosgomes.art.brPara mais informações: contato@carlosgomes.art.br

29 de novembro de 2019 /

Uma maré, maré erê. Uma, filha, criança, erê. Menina, negra, mestiça. Filha de preta, amazonina.  As crianças das favelas. A maré das crianças. Imagens que circundam a minha cabeça. Na favela da Maré, o mar é de sangue e amar é de morte. A beleza pura da vida, da bala doce, e a tragédia da bala que canta, rasgando o som, tombando do céu, no coração, na testa, na espinha. Infesta, em festa. Trança se inicia com esse canto dos…

16 de fevereiro de 2019 /

“a arte é o que resiste, ainda que não seja a única coisa que resiste”. (“o que é o ato de criação?”, giles deleuze) primeiro movimento — eu não gostaria de catalogar os artistas em “música política”, “canção crítica” ou mesmo me pôr num “tribunal” da crítica pra limitar e colocá-los sobre a mesma seara. mas em síntese, eu penso que há artistas que seguem uma linha reta (“evolutiva?”) na música brasileira, reproduzindo esteticamente via “imitação” – mesmo com algum…

4 de agosto de 2016 /

as palavras pesam tanto quanto as personagens que transitam por essa cidade em nervos. os olhos se viram, cabeças erguidas espiam as cidades. wroclai é som longínquo, ruidoso, se mantém em loop. o trator de paulinho do amparo é feito de metal e carne. está cada vez mais visível a nossa vida subterrânea. os corpos em trânsito estão travando felizes na rede. norões, esses dos contos como atos que se relacionam. vozes que constroem mapas para labirintos. essas histórias repletas…

29 de janeiro de 2016 /

A história da música, mas que naturalmente poderia ser abrangida para a história das artes; no caso específico da música brasileira, há em sua trajetória registrada em livros, discos, partituras, oralidade, cantos, instrumentos, jornais, revistas, espaços de apresentação, estórias etc., um movimento repleto de cortes, rupturas e fissuras em suas narrativas canonizadas. Sejam elas as legitimadas pelos grupos hegemônicos de poder, representados, por exemplo, pelo Estado, grande mídia ou Academia, ou mesmo as narrativas que passam ao largo dessas, de…

18 de novembro de 2014 /

por Carlos Gomes. “Essas bandas estão pouco se lixando para a crítica musical. Elas não precisam dela.” Diante da notória e propagada crise da crítica cultural, ou mesmo do jornalismo cultural como um todo, observar como a crítica musical tem se movimentado é um exercício interessante sobre o lugar da reflexão na música contemporânea. São leituras que não passam necessariamente pelo texto crítico a que habitualmente estávamos acostumados, aquele reproduzido pelo jornalista especializado em música de algum jornal ou revista…

16 de julho de 2013 /

Quando falamos mais profundamente de música ou arte em geral na internet (que de forma assustadora está se tornando uma plataforma quase única para a manifestação ou a difusão desses campos de expressão), é fácil ser visto como um canastrão. Soar arrogante ou ainda superficial. Afinal, temos Wikipédia. Mas a massa teórica que trata do assunto – seja na Filosofia da Arte, Filosofia da Música, Arte-sonora, Musicologia, entre outros – nos dá combustível para avançarmos mais profundamente na questão. Eu…

2 de junho de 2013 /

O festival de música Desbunde Elétrico está fora dos padrões. Primeiro, porque parte dos músicos todas as etapas de produção e curadoria do evento. Em sua 7ª edição, a maioria das bandas já percebeu que não basta só fazer música e esperar por convites de festivais ou produtores, é preciso compor em todas as etapas do processo. Ninguém melhor do que o próprio artista para reconhecer em si mesmo as suas capacidades e limitações. O Desbunde Elétrico 2013 foi feito…

24 de abril de 2013 /

(um breve apontamento sobre o fazer crítico escritural) o trato com obras de arte, sim, pois acredito fortemente que a música seja de uma outra ordem que não a do puro entretenimento (ainda que também lhe caiba esse papel na medida em que não devore toda a potência da experiência estética frente à necessidade neurótica do receptor), merece atenção e cuidado. mesmo com todo um processo constante e inevitável de hibridação de linguagens nos diversos campos da arte, o fazer…