Eu pensei em propor um diálogo aberto com este texto; e, por isso, eu o entendo como uma continuidade de conversas que venho tendo com diversas pessoas e a possibilidade das reflexões serem desdobradas no futuro – inclusive, repensando pontos e abrindo a alma para recuar em alguma coisa dita. Contudo, como conversa que a gente pega pelo caminho, engata um fio e segue articulando junto, este texto tem a proposta de compartilhar um pouco das vivências colaborativas que tenho…
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“Quando decidi fazer um disco, olhei pra mim pra ver o que eu tinha de mais intenso e mais verdadeiro pra mostrar, e me deparei com um processo de empoderamento, de me assumir e gostar de mim do jeito que eu sou, do meu cabelo. Não só fisicamente, mas da minha identidade. E a Elza [Soares] estava sempre presente nesse processo. Porque ela é uma referência de mulher negra que esteve no mercado musical durante muito tempo, resistindo, e hoje…
a sedução-lâmina das imagens de p. buhr encontraram força equivalente na encarnação selvática que k. buhr exprimiu. o rio recebeu esse corte. suas canções, seu corpo, sua voz, como quem recebe a água da natureza e a sujeira da cidade. antes das canções, circularam as imagens, com elas, a violência cotidiana e repressora da sociedade ficou exposta. mas como se trata de sedução-lâmina, as imagens e as canções se multiplicaram provocando feridas. é um sangue que ainda escorre. um corte…
I Cinelândia, Rio de Janeiro, A Mulher do Fim do Mundo. Em meio a uma multidão que protestava contra as pautas retrógradas do parlamento brasileiro, especificamente nos projetos de lei que dificultam o atendimento às mulheres que sofreram estupro ou abuso sexual e na restrição ao uso da pílula do dia seguinte, os versos de uma canção que dão nome ao primeiro disco totalmente inédito de Elza Soares, se destacam estampados num cartaz, diante da imensidão de corpos, lutas e…