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3 de março de 2015 /

por Carlos Gomes. A banda Rua é envolta em interdições. Quantos são? Onde vivem? O que cantam? A espacialidade é um conceito que ultrapassa as questões sonoras. Falar de música é compreender as interrupções e silêncios que existem em volta deles. Criar é muito mais que o ato mero de compor desesperadamente uma canção. Inventar espaços de escuta, escrita, imagem, audiovisual e dança são as formas que a banda encontra para diminuir as distâncias, romper com as fronteiras artísticas que…

22 de janeiro de 2015 /

por Bruno Vitorino. Comunicar é compartilhar sentido. Para instrumentalizar essa condição primordial de sua existência particular e coletiva, o Homem inventou para si a linguagem. Estabelecendo os símbolos, valores e significados e definindo as regras de sua organização, formatou um sistema de representação cultural que o permitiu não apenas significar a estranha realidade que se desnudava diante de si, mas também estabelecê-lo como indivíduo inserido numa coletividade que se reconhece através desses signos. Nesse sentido, o idioma, as palavras, as…

21 de agosto de 2014 /

por Jeder Janotti Jr. Adentrar as texturas sonoras do Limbo, álbum recém-lançado da Rua, exige uma entrega: a escuta densa. Isto não é novo para quem conhece o trabalho anterior do grupo, do absurdo (2011). Mas Limbo é uma obra, uma “ópera”. Labuta que violenta a mesmice com intensidades sonoras que podem sangrar os ouvidos. Não há aleatoriedade, tudo é prensado para injetar no ouvinte um mergulho profundo . Não serve como música de fundo. É um disco Rock, pesado.…

8 de agosto de 2014 /

por Carlos Gomes. I – limbo emergiu, Volto ao tempo em que o álbum limbo era uma obra em progresso. Releio com certa curiosidade o ensaio “do absurdo ao limbo” e investigo que expectativas eu tinha para o próximo disco da Rua. Eis um trecho: “Irmos do absurdo ao limbo (próximo disco da banda) será como propor um entrelugar estético para novas jornadas e experiências. As faixas pré-mixadas de limbo que chegaram até mim são recompensas para os ouvintes que…

14 de junho de 2014 /

por Carlos Gomes. O cinema tem sido a arte que consegue congregar, naturalmente, diversas linguagens artísticas em sua produção. Recentemente, em Pernambuco, a música tem inspirado e se tornado ponto de partida para diferentes projetos de artes integradas. Desde os eventos ao vivo do Excentricidades, do coletivo sexto andar, no Edf. Pernambuco, ao estreante Base Apresenta, no Estúdio Base, em Santo Amaro, a música surge como centelha primeira para diferentes artistas e profissionais alçarem suas leituras no diálogo entre obras…

4 de junho de 2014 /

 por Carlos Gomes. rua é dançar sem ter pés, uïu mesmo sem ser presença. minimalismo é uma doença que respinga em telas pálidas, brancas – há cores de branco e branco. música e/ou terapia é quando a invenção da linguagem quer ter nome. salas de concerto cabem gente, não cabem árvores, trilhos ou pedras que fazem barulho quando o tempo quebra. como duas vozes cabem aqui diante de nós? (carlos) a perspectiva de encarar a música como experiência que se…

12 de maio de 2014 /

por Carlos Gomes. Dezenove anos havia vivido como quem sonha: olhava sem ver, ouvia sem ouvir, esquecia-se de tudo, de quase tudo. Ao cair, perdeu o conhecimento; quando o recobrou, o presente era quase intolerável de tão rico e tão nítido, e também as memórias mais antigas e mais triviais […] Agora a sua percepção e sua memória eram infalíveis. – Funes, o memorioso (Jorge Luis Borges) Arte e tecnologia se firmam como pontos de partida do festival Continuum, que…

7 de abril de 2014 /

por Caio Lima. A banda Rua lança o vídeo “O Velho” nesta segunda-feira, 07 de Abril. “O Velho” é uma das sete músicas que compõem “Sobre o Limbo”, vídeo dirigido por Raphael Malta, com fotografia de Flora Pimentel, Breno César e Rodrigo Barros, que apresenta a Rua em sua intimidade, interpretando canções da nova fase da banda. “Sobre o Limbo” terá a duração de 40 minutos e será lançado integralmente em Junho. O vídeo faz parte das ações de lançamento…

1 de abril de 2014 /

por Jeder Janotti Jr. Um dos discos que mais me violenta na recente produção musical recifense é o do absurdo, da banda Rua. Violência aqui é aquilo que me obriga a sair de um ouvir narcotizado e assunta refletir sobre o que me tira o óbvio, me exige atenção dos ouvidos. Enquadramento sensório. Nem sempre isso é só do prazer, pois exige muito! Nem sempre quero estar atento! Uma saída fácil para entender esse gosto esnobe que trai meu rock…

3 de fevereiro de 2014 /

por Caio Lima (Dedicado ao fantasma de Julio Cortázar) Quando um absurdo qualquer, desses que transtornam o relógio do mundo, inaugurar uma hora vaga no seu dia, no lugar onde o seu corpo encontrar, experimente fechar os olhos por dez longos minutos. Se, durante os primeiros segundos, tal tarefa prometer dificuldade, talvez pela memória encardida do breu, convém imaginar que o ouvido é uma espécie ancestral de “scanner” que imprime as perturbações em forma de som no corpo. A partir…

21 de dezembro de 2013 /

por Júlio Rennó. A minha última seleção de destaques em música é a de shows que vi aqui em Pernambuco. A lista apresentada está, por assim dizer, em três partes. A primeira é de shows de bandas e músicos de que mais gostei, a segunda é de projetos especiais que relacionaram música e cinema. A última parte traz um show organizado pelo Outros Críticos, uma espécie de off lista auto-propaganda.  Tentei pôr vídeos dos shows respectivos ou de outros da…

20 de novembro de 2013 /

por Carlos Gomes. Após a estreia do site Sons de Pernambuco no Solar da Marquesa, em Olinda, os produtores culturais Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo, da Sambada Comunicação e Cultura, prepararam uma programação intensa de shows durante os meses de novembro e dezembro. Ocupação que certamente se estenderá durante 2014. O músico Caio Lima, da banda Rua, acha importante a ocupação sistemática que a Sambada promoverá no Solar da Marquesa, sobretudo pelo momento atual, onde há tão poucas ofertas de…

10 de outubro de 2013 /

A banda Rua está permanentemente em estado migratório. A proposição estética sob o título do absurdo (2011) revelou, àquela altura, que a música pernambucana teria pela frente que empurrar uma pedra pesadíssima, aglutinada – como se fosse possível – por criação e crítica. As canções-pedras logo ganharam as suas primeiras gravações: trip hop, samba, experimentalismo, minimalismo. Cada nova audição será uma reinvenção desses e de outros rótulos. Rua está para a música como o artista está para a morte. A…