Todos os caminhos convergem no MIMO

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por Carlos Gomes.

O festival MIMO, assim como ocorre com os principais eventos culturais em cidades brasileiras, atrai para o seu entorno uma gama de oportunidades para que músicos, produtores e demais artistas se beneficiem com toda a atenção que um festival desse porte gera.

Cada vez mais o festival tem se expandido para outras cidades, bem como o número de atividades e ações. Em 2014 destaca-se o Prêmio MIMO Instrumental, que selecionou jovens músicos de diversas regiões do país para integrarem a programação oficial do evento. Para o concerto em Olinda, no último dia do festival na cidade, o trombonista paulista Jorginho Neto foi o selecionado, o músico tocará na Praça do Carmo, abrindo para o projeto pernambucano Areia & Grupo de Música Aberta, do contrabaixista Walter Areia.

A programação do festival em Olinda é extensa e conta com uma seção de palestras, o Fórum de Ideias, que acontece na Livraria Cultura e se inicia com o documentarista Vincent Moon, além de curtas, longas e documentários como A Música Segundo Tom Jobim (2011), de Dora Jobim e Nelson Pereira dos Santos, Geração Baré-Cola – Usuários de Rock (2014), de Patrick Grosner e Jorge Mautner – O Filho do Holocausto (2012), de Pedro Bial e Heitor D’Alincourt.

Olinda, a partir de amanhã, terá no MIMO um centro nervoso e de encontro para onde diferentes produções culturais irão convergir, dando ainda mais sentido à existência de eventos desse porte. Como exemplo dessas produções para além do festival, o Algo além de um mimo (rua do Amparo) recebe no atelier do artista plástico Daaniel Araújo vários artistas para exporem e venderem suas obras no local, a Casa Olinda (rua São Francisco) recebe temporada de shows com Isaar e Aninha Martins, Juliano Holanda e Ylana Queiroga, entre outros, o Pós Solar (rua Dr. Joaquim Nabuco) contará com DJs, jam sessions e diversos shows, o AFF que Mimo (rua Dr. Joaquim Nabuco, 35) terá os DJs residentes Ravi Moreno e Renato da Mata, além de DJs convidados, e, por fim, o Mimodifique, no sábado, às 16h na Praça do Carmo, que, segundo os organizadores, será um “ato em defesa dos espaços abandonados e denúncia ao descaso e a um plano cultural inexistente para a cidade de Olinda, aproveitando a visibilidade do MIMO. Espaços abandonados a denunciar: Teatro Bonsucesso,Teatro Fernando Santa Cruz, Cine Duarte Coelho, Cine Bajado, Mercado Eufrásio Barbosa, Sítio dos Manguinhos, Bica dos 4 cantos, Centro de Criatividade Musical de Olinda (Casarão do Carmo)”.

Mais cedo, o artista visual e músico Paulinho do Amparo escrevia: “o MIMO é muito bom: sem dúvida, o evento de mais qualidade, carinho, respeito pela cidade de Olinda: não é predatório como o carnaval atual, nem tem sabor de shopping center (como a fliporto…). o MIMO é um mimo!”. Em suma, que o festival possa convergir para além de suas forças, assim como tudo o que girará em seu entorno nos próximos dias.

Segue abaixo a programação dos concertos.

OLINDA – Programação dos concertos

04/09 – Quinta-feira

20h30 – Igreja da Sé – Trilok Gurtu Band (Índia)

22h30 – Praça do Carmo – Chick Corea & The Vigil (EUA)

05/09 – Sexta-feira

18h – Igreja Nª Sª do Carmo – CHAARTS (Suíça)

19h – Seminário de Olinda – Renata Rosa e Emily Loizeau (França)

20h30 – Igreja da Sé – Jordi Savall e Héspèrion XXI (Espanha)

22h30 – Praça do Carmo – Winston McAnuff & Fixi (Jamaica/França)

00h30 – Praça do Carmo – Bassekou Kouyate & Ngoni Ba (Mali)

06/09 – Sábado

18h – Igreja do Carmo – Sonia Wieder-Atherton (França)

19h – Seminário de Olinda – James Duncan Mackenzie Band (Escócia)

20h30 – Igreja da Sé – Egberto Gismonti e Part. Esp. Jacques Morelenbaum (Brasil)

22h30 – Praça do Carmo – Grupo Bongar (Brasil)

00h30 – Praça do Carmo – Jorge Mautner – Part. Especial Otto

07/09 – Domingo

16h – Praça do Carmo – Jorginho Neto – Vencedor do Prêmio MIMO Instrumental

18h – Praça do Carmo – Areia & Grupo de Música Aberta (Brasil)

Foto de capa do site: Bongar por Beto Figueiroa

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Outros Críticos Escrito por:

Desde 2008 atuam desenvolvendo projetos de crítica cultural na internet e em Pernambuco. Produziram livros e publicações, como a revista Outros Críticos, além de coletâneas musicais e debates, como os do festival Outros Críticos Convidam.

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