A bandeira do ódio como via e discurso político tem ressurgido em todo o mundo. O extermínio ao outro voltou a ser uma bandeira estendida abertamente. Pouco vejo colocarem que as artes, e em particular a música, seriam um contraponto a isto. Poderiam ser colocados na linha de frente deste entrave social para mostrar que algumas coisas ainda são possíveis. A música pode nos mostrar que boa parte das fronteiras são apenas ficção ou objeto de nossas crenças e medos. Há mais em comum entre as pessoas e suas músicas do que quotidianamente nos é dito.
Em poucos dias recebemos uma dezenas de confirmações disso. Indianos, turcos, turcomenas, bielorussas, franceses, brasileiros, argentinos, italianos, sírias, francesas, palestinas todos em seus universos paradigmáticos, seguindo por vias distintas, caminhos individuais que apontam para um mesmo horizonte comum. Ultrapassar as fronteiras territoriais, estilísticas e mesmo estéticas. Não é se tornar homogêneo. Nem se emprodutizar. É proclamar nas semelhanças e diferenças o horizonte de possibilidades que ainda não foi alcançado. Recriar um passado a todo instante. Devenir universal.
“A música pode nos mostrar que boa parte das fronteiras são apenas ficção ou objeto de nossas crenças e medos.” Adorei! parabéns pela reflexão do post!